01 abril 2007

2003 - O Projeto do Edifício Rímini


Em 2003 fui convidado para elaborar um projeto de arquitetura de uma edificação do tipo “prédinho”, em terreno 11x28m, no bairro Nova Aliança, na cidade de Ribeirão Preto – SP, onde moram meus pais, irmãos e alguns amigos.
Esse bairro possui muitos “prédinhos” de baixa qualidade, a começar pelo fato de que a grande maioria deles possui 12 unidades habitacionais (de 1 quarto cada, com garagem para 1 carro), em terrenos 11x28m. Super apertado, pequeno, pouca vaga na garagem e o que é pior de tudo, mal ventilados. Visitei vários deles com o cliente, que achava inicialmente que o melhor dos apartamentos que foi visitado seria um bom modelo para ser seguido. Sugeri ao cliente que deveríamos fazer algo diferente, adotando-se a hipótese de termos 6 unidades habitacionais apenas, porém diferenciadas em relação às outras. Teriam por exemplo ambientes maiores, ventilação cruzada, boa iluminação natural, acabamento médio/alto e duas garagens por apartamento. Sabia que dessa forma a obra teria custos e prazos que seriam garantidos com a verba inicialmente prevista e que posteriormente o investimento teria bom retorno.
Convidei os Arquitetos da “Teia – casa de criação” para participarem do processo e então Cláudio Pepino, Eduardo Araujo Silva e Daniel Marostegan e Carneiro participaram do processo de criar esse novo espaço. Juntos desenvolvemos os projetos de arquitetura básicos, maquetes e desenhos executivos de arquitetura e hidráulica. Em paralelo um profissional fez o projeto detalhado de elétrica. Fiz o cálculo estrutural. Ao cliente coube a contratação da mão de obra e administração da mesma.
A tipologia que foi criada ficou muito interessante. São 2 blocos distintos, sendo um deles o bloco dos apartamentos de 1 quarto (60m2) que possui uma edificação no térreo para atender idosos e/ou cadeirantes e o outro o bloco de apartamentos de 2 quartos (90m2) construídos sobre as garagens, ambos ligados ao centro pela caixa de escadas. Para a cobertura do bloco de 1 quarto foi utilizado laje impermeabilizada, o que permitiu ao último pavimento do bloco de 2 quartos possuir maior área (150m2) com uma enorme sala e varanda neste espaço, apelidado de “a cobertura do Marajá”.
O resultado final do trabalho desse time foi muito satisfatório. Os apartamentos, que seriam alugados, se esgotaram em 15 dias após construídos e até hoje fazem sucesso, estando sempre locados.
Ainda assim, em minha opinião, acho que deveria ser dado maior ênfase em questões de conforto térmico (as paredes da fachada oeste esquentam muito e fazem com que das 6 da tarde à meia noite seja muito quente dentro das edificações devido a fenômeno de radiação) e acústico (lajes permitem ouvir passos e outras atividades que são desenvolvidas nos vizinhos superiores e inferiores aos pavimentos). Melhorias nesses itens em muito aumentariam o custo da obra, mas acho que ainda assim seriam justificáveis, pois acho que haveria pessoas que optariam por pagar ainda mais por esses benefícios. Bom, quem sabe nas próximas oportunidades...


Vista da fachada do edifício Rímini.

Vista da elevação Norte e sua "movimentação" .






Detalhe da entrada para escadas e garagens.





Detalhe sistema estrutural, esgoto e gas de cozinha.





Detalhe escada, iluminação/ventilação natural e corrimão.



Detalhe da cozinha (ap 2 quartos) e acabamentos utilizados. Observação importante é que projeto de arquitetura comtemplou armários da cozinha e quartos.

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